quinta-feira, 3 de julho de 2014

Ela (Her) - Resenha

Direção: Spike Jonze
Elenco: Joaquim Phoenix; Scarlett Johansonn; Amy Adams; Chris Pratt; Olivia Wilde.



Eu sinceramente não sei como começar falar sobre esse filme, além de quão reflexivo ele é. 
Bom, um resumo rápido para quem não está familiarizado com a proposta da obra:

Trata-se da vida de Theodore (Joaquim Phoenix), vivendo num futuro próximo, (me parece coisa de dez anos à frente de nosso tempo atual) e recém separado de sua esposa. Isso transforma ele de um cara sociável e divertido, em um anti-social solitário. Tudo muda com o lançamento de um sistema operacional, cujo uma inteligência artificial com personalidade própria que se adequa ao usuário, é a principal inovação. A de Theodore é Samantha (que é dublada pela a maravilhosa Scarlett Johansonn), que demonstra tanta coisa em comum e um modo de ver a vida parecido com o que ele sempre buscou. Daí, inevitavelmente, ele se apaixona por Samantha.


Essa paixão guia o filme, e chama a atenção, nos faz olhar para como nos apegamos a tecnologia. Na cena em que o sistema operacional para de funcionar, o desespero dele é comparado ao nosso quando perdemos o celular. Como tudo na trama é focado em Theodore, conseguimos ver o quão bom ator Joaquim Phoenix é, passa com detalhes todos os sentimentos dele, a angustia, a solidão e a necessidade de amar. A Scarlett Johansonn mesmo atuando só com a voz, também é um show. É de um grande fascínio a primeira vez que eles fazem sexo, e a tela fica preta deixando apenas o diálogo quente de um homem solitário e sua mulher virtual. Te da a liberdade de conseguir imaginar o acontecimento, só pela narração de ambos.


Outro ponto que o filme ressalta é, como o amor pode surgir apenas pela compatibilidade das pessoas e não pela aparência física. O protagonista tem chances de se envolver com mulheres lindas e divertidas como a linda mulher que ele tem um encontro, interpretada pela belíssima Olivia Wilde, mas prefere focar suas energias em conversas com seu celular super inteligente. Esse desenrolar aborda vários conflitos dos relacionamentos, dos quais a maioria estamos familiarizados, porém de uma forma bem incomum, mostra que os sentimentos de duas pessoas conflitando, causam as maiores desavenças.




O cara está apaixonado por uma inteligência artificial, que corresponde a esses sentimentos de forma crível. É simples entender o amor que ele desenvolve, ele está basicamente com a mulher perfeita, que sente ciúmes, saudades, raiva e vontades, porém se expressa de uma forma lógica e sempre em prol do seu amado. Ela é tão sensacional que arma até um Ménage para ele, meio que "assumindo" o corpo de uma moça,(linda, diga-se de passagem) para poder dar prazer físico a Theodore, sem falar que ela consegue realizar o sonho dele de publicar um livro. Óbvio que tudo começa a desmoronar, quando ele começa questionar sua sanidade, por estar tão ligado a um computador. E o interessante é que Samantha também começa a se preocupar com o fato de ser apenas um produto com uma programação específica, que mesmo inovadora, ainda é inumana.


Em suma, o filme te faz olhar para sua vida e seus relacionamentos de modo geral, e ver o que realmente te fazia bem. A direção de Spike Jonze é primorosa, a fotografia ficou linda, a atuação ficou cativante, você se envolve com o personagem. O roteiro foi bem escrito, e a história se desenvolve de uma forma gostosa de ver, não fica massante e clichê como a maioria dos filmes com histórias de amor. Vale a pena ver esse filme, e vale a pena olhar para nós mesmos e ver que nossas vidas é além do superficial, e que para amar basta estar disposto a se entregar sem pensar na opinião popular.

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